Corrida Maluca: Crianças e idosos primeiro!!!

4 06 2008

Death Race 2000 [1975]

Há um tempo atrás li uma intrigante nota que anunciava que o filme “Death Race 2000” (1975) teria uma refilmagem pelas mãos Paul W. S. Anderson, que produz, roteiriza e dirige o projeto [o que não é boa notícia!]. Eu nem sabia pulhufas alguma sobre esse filme B, o mínimo que fiquei sabendo era sobre sua bizarra sinopse em que, num futuro distante, uma corrida transcontinental de carros assassinos vira mania nacional em um EUA consumido pela guerra, onde pedestres viram pontos [especialmente velhos e crianças! \o\], e televisão faz questão de exaltar os pilotos, promovendo-os a heróis nacionais.

Sadismo a parte, logo minha memória se remeteu ao game Carmagedoom, que só fez sucesso mesmo porque atropelávamos pessoas, o resto era uma ******! E bem lá, lá no fundo do meu baú, eu pude me lembrar também que em alguma resenha perdida no limbo pop do games li a respeito de Death Race 2000 como principal influência do jogo acima. Não deu outra, a anteninha nerd-trash-movie [fase que venho passando há algum tempo] piscou na mesma hora.

Pois bem, produzido por ninguém menos que Roger Corman [atestado humano de filme B, e padrinho de muita gente no cinema], dirigido por Paul Bartel e estrelado por David Carradine [o anti-herói de couro preto Frankstein] e Sylvester Stallone [o invejoso vilão Joe Metralhadora! xD], Death Race 2000 é um filme B/C de primeira, que não tem o mínimo de vergonha na cara em admitir isto.

Mesmo com uma trama absurda e violenta, é impossível se levar a sério o que se passa na tela. Há sim um primeiro choque, mínimo, mas tudo acaba caminhando para outro rumo: a crítica satírica contra a violência, ao liberalismo exacerbado [ou falso, maquiado por um governo autoritário e mentiroso] e especialmente aos meios de comunicação que se omitem aos verdadeiros fatos face aos interesses superiores, assim explorando a qualquer custo seu público. Nesse sentido, o momento mais absurdo não chega nem ser as mortes, que são pra lá de humor negro e mal feitas mesmo, mas sim os prêmios milionários que os parentes das vítimas recebem ao vivo, diante do sorriso sínico de uma apresentadora/colunista-social que só falta dizer que conhece Jesus Cristo em pessoa!

E é assim que o filme deve ser encarado, como uma crítica contra a exploração do grotesco na mídia, e pelo governo como uma forma de maquiar seus podres. Sua idéia maníaca de atropelar pedestres serve apenas como um chamativo, para depois o próprio filme se criticar pelos absurdos que ele cria. O que para os dias atuais se traduz num teatro mal resolvido de um reality show que invade nossas TVs [circo/ pão/ sexo/ mentirinhas planejadas/ mortes].

Não é um filme empolgante pela ação, mas pelo humor negro, com um gore extremamente hilário [se quer fazer filme de terror gore com baixo custo e simples, assista!], e pela sensação de estarmos vendo um programa realidade sem sua maquiagem televisiva. E garanto que esses elementos não estarão na refilmagem que deve estrear em setembro deste ano. Afinal, entendo que todos vocês viram o que Paul W. S. Anderson fez com “Alien VS Predador” [que só foi divertido pelos monstros, mas pela história/direção… BLEH!!!].

Dario Mesquita


Ações

Information

Deixe um comentário