Albert Piauí sem esconder a loucura

24 04 2009

Thiago Meneses

A entrevista é um dos momentos mais emocionante do jornalismo. E dos mais difíceis também. É na entrevista que nós, jornalistas, chegamos mais perto do que eu costumo chamar de doses espontâneas de ação profissional. As palavras fluem, a química rola e o texto que se seguirá será algo respeitável.

No entanto, a entrevista pode ser, também, um dos momentos mais desagradáveis dessa profissão. Ou pelo fato do jornaleiro não se preparar de uma maneira mimimamente decente para fazer perguntas relevantes, ou pelo fato do pomba-de-gato-estrelão não ser suficientemente aberto para dividir suas experiências e conhecimentos de uma maneira enriquecedora.

Nossa conversa com Albert Piauí, dividida em duas partes, foi ducaralho. A maneira como ele discorreu sobre as perguntas – os assuntos que ele levantava, com a auto-censura sendo mandada pra onde o vento faz a curva – foi o que mais nos impressionou. O fato do cara vir suficientemente aberto para falar da infância no interior até os problemas de gestão do maior evento de humor do Piauí, foi extremamente gratificante e enriquecedor. Deveria ser exemplo pra muita gente aí. Se mostrar, sem medo do que venha a acontecer depois. Seguir o conselho do velho junkie Allen Ginsberg e “não esconder a loucura”.

Albert, como ocorreu sua vinda paraTeresina?

Nasci em Luzilândia, uma cidade que fica às margens do Parnaíba, limitando com o Maranhão e separada pelo rio. E naturalmente é uma cidade que não tinha muita oportunidade. E minha mãe teve que vir a Teresina para que nós estudássemos. Mas eu primeiro fui morar em Goiás, em Goiatuba. Aí eu fui ficando por lá, mas os costumes eram muito diferentes do Piauí. Lá a gente jantava três horas da tarde. Quando chegava a noite, a gente já estava com fome. E a culinária também era muito diferente da culinária do Piauí. Aquilo pra mim foi um choque cultural. E uma cidade rural, baseada na agropecuária, é diferente da minha cidade. Então eu resolvi voltar para Teresina, porque minha mãe já estava aqui. Então cheguei na capital em 68, e Teresina era uma bela cidade provinciana. Todas as ruas eram calçadas de paralelepípedo, todo casario antigo ainda existia e era uma cidade onde a gente podia praticar a boemia. Teresina tinha uma vida boêmia porque o teatro do Piaui já estava crescendo. Então cheguei em 68 eu não conhecia nada, só fui me enturmando depois.

Então você ainda não era um boêmio?

Eu não tinha a prática. Eu teria depois, porque eu já cheguei aqui na adolescência, e como adolescente, eu nunca tinha participado de bebedeiras, não fumava, não bebia e ainda não tinha me envolvido com o movimento cultural e artístico. A rigor, apesar de eu já gostar de humor, de já conhecer os trabalhos de  Millor Fernandes, Carlos Steif, Ziraldo, eu não sabia ainda o que seria quando crescesse. E então foi assim que eu cheguei em Teresina, ainda adolescente. Se não me engano, eu tinha de 14 pra 15 anos de idade.

Quando você começou a colaborar com os veículos de comunicação?

Eu fui morar numa rua, que era a rua Benjamim Constant. Eu era vizinho de um maestro do 25° BC. Todos os filhos dele eram músicos. Nós ficávamos na esquina da rua tocando violão, cantando as músicas que tocavam na época, que eram as músicas da jovem guarda e tropicália, então me envolvi com o movimento artístico, muito restrito àquela rua. Aquelas pessoas que estavam ali queriam ser artistas. Mas o meu interesse mesmo era pelo jornalismo. Desde a adolescência eu comecei a trabalhar em jornal. E minha principal influência ocorreu devido ao jornal O Pasquim. O veículo surgiu no Rio de Janeiro. Era formado por intelectuais, artistas e jornalistas que na época da ditadura não estavam tendo oportunidade de desenhar e escrever na grande imprensa. Porque havia uma censura muito grande. Eram jornalistas de muito talento, como Tarso de Castro,  Millor Fernandes,  Sérgio Cabral (pai do governador do Rio). Aquele era o jornal que Vinícius de Moraes e Chico Buarque escreviam. Mais na frente eram Caetano, Gil, fotógrafos como Carlos Leonan, Luís Carlos Maciel, que escrevia sobre contracultura. Esse jornal era fascinante porque combatia a ditadura atrávés do humor, do riso, às vezes até de textos mal-humorados. De uma maneira muito sutil, claro, porque não poderia ser de uma maneira clara. Então comecei a ler o Pasquim e disse que iria ser jornalista. E era um jornal que publicava desenhos também , não só de artistas brasileiros, mas dos grandes cartunistas europeus. A partir daquele momento eu comecei a abominar a escola e decidi que queria ser jornalista. E então eu comecei a colaborar com uma coluna de música no Jornal O Dia, até que eu consegui uma vaga de chargista. Eu já havia publicado um desenho no Jornal O Estado, do jornalista Hélder Feitosa. Esse homem foi assassinado barbaremente. O crime nunca foi desvendado. 

Foi através da boemia que você fez amigos? Ou foram seus amigos que o levaram a boemia?

As pessoas que eu conhecia eram pessoas da minha idade, que moravam na minha rua mesmo. E naquele tempo a gente não entendia nada de bebida. Então a gente comprava uma coca-cola e uma cachaça, misturava, e a partir daí a gente começou a beber, a se divertir, a conversar. Conversávamos sobre as coisas que estavam acontecendo na época. Como todo jovem, a gente conversava mais sobre música. A Boemia era restrita às pessoas da minha rua, da minha esquina. Eu cheguei em Teresina e não tinha conseguido romper a barreira da minha esquina. Eu só romperia porque a cidade tinha um grupo de pessoas que fazia um teatro de grande qualidade, que talvez vocês nunca tenham ouvido falar, que era o teatro de Ari Sherlock. Ele era um grande ator cearense que veio para o PI, e ele fazia teatro com Tarcísio Prado, Teotônio Silva. Essas pessoas eram os monstros sagrados do teatro piauiense. E eram pessoas que eu só conhecia de nome e eu não imaginaria que um dia eu seria amigo deles. Então, como eu havia publicado trabalhos no jornal, nessa época foi inaugurada a TV Clube, e o Tarcisio achou de fazer um programa chamado TP estúdio e o TP precisava de um cenógrafo para o programa. Eu nunca tinha visto uma TV , não sabia o que era cenografia, e eles foram lá em casa. “ – Viemos te chamar para ser o cenógrafo do programa”. Imediatamente eu aceitei. É claro que eu iria aprender a fazer cenografia só depois. O Ari Sherlock era um grande boêmio, juntamente com o pessoal do teatro. Teresina era provinciana, pequena, tinha um tamanho ideal. Apesar de ser pequena, ela não deixava de estar antenada com as coisas do mundo. A maioria das publicações do sul do país chegavam aqui. A TV estava chegando, e a partir daí, me envolvi com o pessoal do teatro. Depois disso eu me envolvi com a vida de boemia na cidade. Nesse tempo também estava chegando uma instituição criada pelo governo Alberto Silva para formar arte-educadores, pois naquela época não havia universidade ainda. E tinha ainda o maestro Reginaldo Carvalho, que era muito boêmio. Foi nesse meio que eu me inseri.

“O bar era o local onde a gente se reunia para trocar idéias”.

Como era o cenário de boemia? O provincianismo da época influenciou o teu trabalho?

A gente tem que entender que quando eu vim de Luzilândia, o Brasil já era uma ditadura. E então eu passei uma parte da minha infância – toda  a minha adolescência, chegando a fase adulta –  dentro da ditadura. Era uma época que você não podia falar claramente, não podia fazer qualquer coisa, porque entre nós poderia ter um agente do SNI infiltrado, e então havia uma vontade muito grande daquela geração de fazer arte e cultura. Tinha um grupo que fazia o Jornal “O Grahma” (nome do jornal estatal de Cuba), que era um jornal underground, naquele tempo essa palavra se usava a torto e a direito, e então tudo o que não era aceito pela oficialidade era underground. Tinha essa coisa de fazer jornalzinho, geralmente mimeografado. E você nunca sentava em uma roda que não tivesse o poeta, a pessoa que queria fazer cinema (super 8), o outro que queria fazer poesia, cantar, ser instrumentista. Então era todo um ambiente propício para a boemia, porque a gente não tinha outra forma de se manifestar. Na minha opinião, durante a ditadura, o bar era o local onde a gente se reunia para trocar idéias.  A imprensa era censurada, os jornais eram poucos, a TV estava surgindo, não tinha tanta rádio. Então eram nos bares que a gente se reunia para trocar informações. Em Teresina tinham vários lugares para praticar a boemia, lugares que hoje desapareceram. Um dos bares onde aquela intelectualidade se reunia, era um bar chamado Gelatis, na avenida Frei Serafim. O Gelatis era um bar famoso, que servia uma batida de cachaça e um tira gosto de tripa de galinha. Ali se reuniam os atores, músicos e ali aparecia o saudoso Davi Aguiar. Ele era da família Aguiar, foi morar em Minas Gerais. Quando ele voltou, era um homem muito bonito, cabelos grandes, calças boca-de-sino e fumador de maconha. Ele não escondia isso da cidade. Quando ele passava na rua, todo mundo olhava para ele, porque ele era bonito, simpático, risonho, e Teresina não conhecia uma pessoa como o David, ele foi o primeiro cabeludo da cidade, vestindo aquelas roupas exóticas, ele era pintor, fazia painéis e ele mexeu com a vida dessa cidade. Ele era um dos frequentadores do Gelatis. Tinha a estação do trem (hoje o Espaço Cultural Trilhus), e naquela região haviam muitos cabarés, e era um ambiente de prostituição. Era ali que a gente se reunia para jogar sinuca, beber, nós, nossas namoradas, nossos amigos. E o outro ambiente que frequentávamos era a Praça Saraiva, indo ao Bar O Tetéu. Tinha um abrigo no meio da praça que vendia cerveja a noite inteira, porque ali também era um ponto onde paravam ônibus de todo o Piauí, e lá a gente sentava pra beber e conversar. Um outro ambiente era a Paisandu, que era a zona de prostituição da cidade. E todos nós íamos, porque quando tudo fechava, a Paisandu sempre estava aberta, então a gente bebia no meio daquela prostituição toda, se divertia ouvindo música, tinham boates com orquestras tocando, como o Alabama, a Boite Estrela, que tocavam aquele forró tradicional (triângulo, sanfona e zabumba), e nós frequentávamos todos esses ambientes, inclusive as namoradas, que os pais não soubessem, porque naquela época as meninas não tinham essa liberdade toda que tem hoje.

De onde veio  o seu  interesse pelo Humor?

Olha, quando eu morava em Luzilândia, não havia biblioteca ou museu, tinha só um cineteatro onde passavam filmes. A gente só se informava com as revistas que chegavam lá. A revista Cruzeiro chegava em Luzilândia. Inclusive, ela primava muito pela reportagem, além de publicar o melhor do humor brasileiro. Tínhamos o Carlos Steifel, Millor Fernades, o Péricles, que fazia o “amigo da onça” e que foi o 1° personagem de humor brasileiro que todo mundo conhecia. Os donos de oficina rasgavam a página e colavam na parede. Então, eu ia nos bares e estava lá a páigina coldada na parede. Ele era maranhense e viria a se suicidar depois. Apesar do Péricles ser uma grande personalidade no Brasil, ele era muito feio, se achava muito infeliz com a feiura dele. As pessoas o admiravam, ele não podia ir à rua, todos o admiravam. O Millor tinha a página “Principarte”, onde  ele publicava textos e desenhos. Essa página iria sair da revista O Cruzeiro porque o Millor publicou a verdadeira história do paraíso, contando a visão dele sobre o Gêneses. E essa história chocou muito a igreja. Então ele foi proibido de desenhar na revista Cruzeiro. Depois veio o Ziraldo, “com Jeremildo Bol”. Ziraldo era formado em direito, foi para o Rio, e o irmão dele também chegaria. Na minha infância eu via esses desenhos. É claro que eu não sabia o verdadeiros significados deles, mas quando eu vim para Teresina, eu já gostava de desenho de humor. Com o surgimento do Pasquim, aquilo reforçou a vontade de desenhar e de gostar de desenho. E isso também influenciou a gente a fazer o Salão de Humor. Porque a gente não fez o salão à toa. A gente fez o salão sobre algo que nós tínhamos conhecimento. Ele começou pequeno e foi crescendo e chegando às dimensões que ele tem hoje.

O salão de humor nasceu em uma mesa de bar?

A ditadura ainda existia quando eu fiz o salão de humor. E o Humor (cartum, charge) era um instrumento de combate à ditadura. E ele era todo dirigido como forma de combate ao regime. E isso era feito de uma maneira muito sutil, para que a Polícia Federal e os orgãos de informção não percebessem. Nós estávamos sempre sendo chamados a depor por uma charge que você publicava no jornal, aquela coisa toda. Eu fui preso. O que acontece? A gente estava num bar chamado Tia Ana, eu, Zé Elias e Kenard. E a gente sempre tinha conversas e idéias no sentido de querer salvar a cultura piauiense. Porque Teresina tinha uma cultura oficial estabelecida pela Academia Piauiense de Letras.  Daí existia a gente, que éramos da parte marginal da cultura, não que nós nos considerássemos, mas ainda não tínhamos nos inserido, e a cidade sempre teve um movimento cultural fechado, e a academia, de certa forma, representava tudo isso. E era tão verdade, que existiam alguns bares em que de um lado sentava o pessoal da academia e do outro lado sentava o pessoal da contracultura. Esse local ficava ali perto da igreja São Benedito, onde hoje é o Ed Bar. E eles ficavam falando mal da gente e nós, deles. Mas depois todos nós ficamos amigos, mas na época era assim. E então pensamos na idéia de fazer esse salão de humor do Piauí, no bar Tia Ana. Principalmente porque a gente achava que havia essa possibilidade de fazer isso em Teresina, mesmo a cidade não tendo uma tradição de humor. E como éramos leitores desses jornais de humor que publicavam no Brasil, a gente vivia impregnado disso, víamos o trabalho dos grandes artistas brasileiros, e decidimos fazer o salão. Então ele nasceu pequeno e depois cresceu, da cabeça minha, do zé Elias e do Kenard Kruel.

Família

Minha mãe é de uma família rural e meu pai de uma família de funcionários públicos. Então eu vivi entre a cidade e o campo. Todas aquelas brincadeiras dos meninos do campo e da cidade forami muito boas para a minha infância. Eu casei algumas vezes. Do primeiro casamento eu tive dois filhos: o Thiago e o Felipe. Ambos são fotógrafos. O Felipe é historiador e o Thiago é artista plástico. Eles moram em Curitiba. Depois eu me casaria com a Helena e teria mais dois filhos: O Pedro de Helena e o Albert Nane. O Pedro é publicitário e designer gráfico, trabalha numa das grandes agências de São Paulo, a Fnasca, e o Nane é fotógrafo, músico e artista plástico. Todos enveredaram por esse lado. Eu nunca Influenciei eles para arte. Não me envolvi com eles conversando sobre arte, é uma coisa que saiu deles mesmo. Talvez seja por causa do meio em que eles viveram, num ambiente artístico, então era natural que eles se interessassem por arte. E eles foram muito novos para Curitiba, e lá tem um ambiente cultural muito desenvolvido. Em outro relacionamento, eu tive uma filha que é a Lise. Às vezes ela é atriz, ela é fotógrafa, às vezes ela faz poema. E tive outros relacionamentos sem filhos. Um mora em São Paulo, três moram em Curitiba, e a menina mora aqui em Teresina. Todos são artistas, favorecidos pelo ambiente de Curitiba. Lá existem muitos museus, escolas de arte, a própria cidade, como é tratada, favorece o ambiente artístico.

Albert, houve algum motivo específico para sua entrada no espiritismo?

O espiritismo é espiritismo. Ele tem esse nome porque na época não tinha um nome científico para se dar para a atividade do mundo espiritual, da existência do espírito. A primeira pessoa a fazer esse tipo de investigação de uma maneira coordenada e experimental foi Alan Kardec. E como naquela época o Kardec teve dificuldades de terminologia, ele chamou o espírito de períspirito, ele chamou  reencarnação, que na verdade, é um nome que não combina. Ele foi o primeiro a sistematizar essa investigação, se existe ou não existe espírirto, se ele existe, onde ele mora, como ele é, se ele mora em algum lugar, como ele mora. Então o Kardec começou a fazer esse tipo de investigação. Eu não me importava muito com isso. Até que um dia, levado por uma namorada, eu fui pra Federação Espírita. Eu não tinha muito o que fazer pela tarde, então participei de um grupo de estudos sobre o livro dos espíritos. Eu recomendo que todos leiam, porque é um livro muito bonito, de perguntas e respostas, e quando eu comecei a estudar esse livro, eu achei que tudo o que estava ali tinha consistência. Depois eu fui aprender como ele fazia a investigação dele. Isso independente de religião, porque espiritismo não é religião. Então eu continuei estudando naquele grupo,  me interessando pelo assunto e comecei a levantar bibliografia sobre as pessoas que fizeram investigação nessa área na parte científica. Então eu fui estudar mais, vi que era uma coisa muito séria. Depois disso, eu resolvi reabrir um centro espírita que estava fechado e que era o primeiro centro espírita do Piauí, o mais antigo, com mais de 50 anos. Foi assim, junto com um grupo de amigos, que reativamos o Centro Espírita Bezerra de Menezes, que por muito tempo, junto à escola que funcionava junto com ele, educou toda aquela região do Matadouro e do Pirajá.

“Eu nunca fui místico. Aquilo (o espiritismo), pra mim, serviu para aprender sobre uma coisa que eu era”

Foi uma busca interior?

Não. Porque eu nunca fui místico. Aquilo, pra mim, serviu para aprender sobre uma coisa que eu era. Eu acho que o espírirto existe, o mundo espiritual é uma realidade e eu queria saber como era. O que é o espírirto, por que estou aqui, o que vai acontecer comigo quando eu morrer, como é o processo da morte? Se havia uma maneira pra eu saber disso, era lendo quem pesquisou. Se você quer saber de química, o que você vai fazer? Você vai atrás de um livro atrás das pessoas que pesquisaram. Com matemática é a mesma coisa. E eu queria aprender com as pessoas que fizeram a investigação psíquica. Então eu reabri o centro espírita e nós começamos a atender o público. Reabrimos também as reuniões onde nós conversávamos com os espíritos. Então começamos um trabalho para ouvir os espírirtos. E esse grupo dizia coisas lindas, eles falavam com muita poesia, tocavam o coração. Infelizmente essas conversas se perdiam. Então eu pedi autorização para conversar com essas entidades e copiar o que eles diziam. Mas eu perdia muitas frases, porque eles falavam muito rápido. Posteriormente, eu pedi permissão para gravar. Durante três anos, eu gravei uma série de diálogos com espíritos. Estou colocando no papel. Meu envolvimento não foi religioso, foi apenas de investigação. Então eu dirigi o centro durante seis anos, conversava com as pessoas. Tinha gente que chegava chorando, rindo, zangado e eu nunca ganhei nada por aquilo. Depois desses seis anos, eu entreguei a direção para outras pessoas que se formaram lá. Então o interessante é que durante oito anos em que eu me envolvi com a doutrina espírita,  eu não fumei, não bebi, não comia carne de gado, peixe ou frango e não falava mal de ninguém, não fazia muitas coisas, eu não ia a show de rock. E depois que eu entreguei o centro, eu fui tomar uma Schinkariol, e hoje eu fumo, bebo, vou ao show de rock, como carne e às vezes sem querer eu falo mal, mas essa parte eu não faço muito não (risos). Eu vivi oito anos envolvido nessa área. Eu fiz com muita sinceridade,  li bastante toda a literatura, fui descobrindo o que era certo e o que era errado, o que prestava e o que não prestava nessa bibliografia, e hoje eu estou querendo  aprofundar em outras áreas.

Confira a segunda parte da entrevista com Albert Piauí na próxima semana.


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